O corte


Marcus Vinicius Batista

O corte é seco. O adubo se faz esterco. Diante do caminhante, às vezes me perco. E resolveu não fraquejar.

O corte é profundo. Traz o grito moribundo. Um corpo que se desenha imundo. E escolheu ressuscitar.

O corte sangra. Revela o quanto a pele engana. Demoli a carcaça de Cassandra. E decidiu se levantar.

O corte arde. Julgou parecer covarde. Murmurou seu rumo sem alarde. E quis desacelerar.

O corte passa. Paralisou na água escassa. Testemunhou como se fracassa. E voltou a respirar.

O corte cicatriza. Se arrasta e não avisa. Desvia e não martiriza. E optou por caminhar.

O corte cura. A jornada até a lonjura. Julgamento por frescura. E vai continuar.



Comentários