Christianna de Magalhães
Quanto tempo vive a borboleta?
Num excesso de chuva, na unha do gato, um vento inesperado
tênue fio de vida rompida
Asas de luz, instantes de sonhos adiados
vôo livre de flor desprendida em súbito corte
choro de vida não vivida na correnteza da sorte
Em cores de música silenciosa
baila e seduz alada peregrina de pouso incerto
Pequena voz de toda beleza do mundo
delicado equilíbrio entre o segundo e o eterno
Quanto tempo vive a borboleta
no seu enigma puro esvoaçante?
O bastante para cantar à alma presa no casulo
o mistério que um dia chega perto.
baila e seduz alada peregrina de pouso incerto
Pequena voz de toda beleza do mundo
delicado equilíbrio entre o segundo e o eterno
Quanto tempo vive a borboleta
no seu enigma puro esvoaçante?
O bastante para cantar à alma presa no casulo
o mistério que um dia chega perto.
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