O padre negro



Alessandro Padin

Tem o padre negro
grisalha colina
no mar, em segredo
acena com vida



Áfricas em rochas
coando o destino
vem o padre negro
dos terços em tochas


Batuques em transes
a face se funde
por mais que não lembres
na alma vem seu nome


Vivi, por anos, uma dúbia vida
Metade segredo, a outra com medo
Mas não me aches derrotado, é cedo
Um novo horizonte se avizinha.


O sopro de otimismo me inebriou
Abri os olhos em noites de paixão
Foi-se a dor, o desamor e a razão
É o caminho, agora sei quem eu sou.


Não é tão fácil viver no presente
Esquecer o passado, o futuro
Coração estático, paradoxo puro


Mas tem algo que fica de lição
é quase impossível desatar os nós
Se lá no íntimo sempre digo não

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