![]() |
Centro Histórico de Itanhaém |
Betty Watanabe*
Cair da tarde de 1º de março de 2015. Já se passou muito tempo; tempo de brincar de pegador, de esconde-esconde, numa das muitas praças de Itanhaém. A Praça Narciso de Andrade que, junto com a Praça Carlos Botelho, formam o chamado "Centro Histórico", onde se contempla a Igreja Matriz de Sant' Anna, o casario e a Casa de Câmara e Cadeia.
A Casa possui dois pavimentos; em cima, a Câmara de Vereadores, a primeira no Brasil, e embaixo a Cadeia Pública. Quando eu era criança, minha mãe não me deixava olhar para aquele lado, muito menos para as janelas altas e gradeadas, preservadas até hoje. Como era uma criança curiosa e sapeca, eu sempre espiava e, na minha imaginação fértil, escutava os murmúrios dos presos.
Atualmente, esse prédio abriga o Museu Nossa Senhora da Conceição. Essa praça é o mais antigo local da cidade, que ficou e calou fundo em minha alma, tantas as lembranças e recordações. A praça sofreu várias intervenções ao longo do tempo, mas a que me entristeceu foi a retirada da fonte luminosa. Era a minha alegria, tal os sonhos que aquelas águas coloridas misteriosamente fluíam em mim e nunca deixavam de molhar as mãozinhas sorrateiramente, pois era proibido.
![]() |
Museu Nossa Senhora da Conceição |
E as árvores frondosas, que serviam de esconderijo nas brincadeiras? Mais tarde, elas serviam de sombra quando eu ia até a praça para ler ou apenas ali ficar e admirar os que ali passavam, pois minha casa ficava em frente.
Modernizada e reflorestada, a praça ainda guarda aquele ar charmoso e romântico, de infância ali passada, lembranças de correrias e gritarias em volta da fonte, os mistérios do Beco de Santana, o homem que ali andava sem um braço assustando as crianças que por lá brincavam, paqueras de adolescência e outros tantos segredos. De cochichos ... fofocas.
Modernizada e reflorestada, a praça ainda guarda aquele ar charmoso e romântico, de infância ali passada, lembranças de correrias e gritarias em volta da fonte, os mistérios do Beco de Santana, o homem que ali andava sem um braço assustando as crianças que por lá brincavam, paqueras de adolescência e outros tantos segredos. De cochichos ... fofocas.
Praça Narciso de Andrade |
Muitas vezes, ainda me acomodo em seus bancos, para contemplar suas belezas, as pessoas que - a passos largos - atravessam a praça de um lado para outro na hora do almoço, casais de namorados, turistas procurando o melhor ângulo para fotografarem e as crianças, correndo atrás dos pombos.
Penso que muitos amigos, que na época brincaram nela, também sentem um pouco de saudade da "praça de outrora".
Penso que muitos amigos, que na época brincaram nela, também sentem um pouco de saudade da "praça de outrora".
Obs.: 8º texto a partir do curso "Como escrever crônicas."
Comentários