A charge


Com o perdão do erro de grafia, existem homens assim?

Zuleica Maria O.A.Batista

As charges, na maioria das vezes, nos provocam ataques de risos. São bem engraçadas mesmo. Mas não é apenas isso. Elas nos dão a possibilidade de pensar em algo mais importante quando as olhamos com um olhar mais amplo.

Olhei atentamente a charge que Lourdes e Sônia me passaram. De início, fiquei surpresa e chocada. Só consegui enxergar uma situação excêntrica. Mas deixei a imagem congelada em minha mente para mais tarde tentar, é claro, na minha visão simplista, fazer minha narrativa.

Por algum motivo, a figura ficou dando voltas na minha cabeça. Como me senti desconsertada com a legenda, a imagem perdeu o humor, mesmo tentando ver por uma perspectiva diferente. Dei um sorriso de cumplicidade, e perguntei-me: qual a graça desta caveirinha sentada num banco com o título, MULHER AGUARDANDO O HOMEM PERFEITO?

Não cabe aqui fazer análise dos traumas ou algo não resolvido da caveirinha, ridicularizando suas ilusões. Mas, penso que essa caveirinha guarda um mistério que não revela, e ali tudo é um enigma na complexidade da existência.

Não consigo imaginar uma pessoa sentada no banco da praça, no comodismo, numa atitude de resignação, a espera da pessoa perfeita até a morte. A vida é muito mais aventureira do que imaginamos, voluntariosa e indomável. Razão pela qual, temos que ampliar a visão do viver e valorizar a vida.

Temos que resgatar o que há de melhor em cada um de nós, deixando de lado as fragilidades ou imperfeições. A vida nos dá a possibilidade de viver melhor e não de ficar na espera de “milagres”.

Por outro lado, um ponto importante é avaliarmos que o melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e admirar suas qualidades. As pessoas são diferentes, agem diferente e pensam diferente. Portanto, temos que as compreender e não querê-las perfeitas. Ignorar esses fatos significa não ter consciência da própria estagnação.

Penso que devemos evoluir sensivelmente nossa capacidade de observar e entender a vida e nos permitir enxergar a morte de outra maneira.

12/05/11

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