Lula, o candidato

A campanha para a presidência finalmente começou, aquela permitida pela legislação eleitoral. E Lula permanece como calo no sapato ou tábua de salvação, dependendo do candidato. As últimas pesquisas eleitorais indicam que Lula ficaria em terceiro lugar, se a votação fosse hoje.

No Ibope, Lula aparece com 12% das intenções de voto, na pesquisa espontânea. São três pontos percentuais a mais do que Marina Silva, representante do PV. No Datafolha, também em pesquisa espontânea, Lula tem cinco pontos. Marina, três. É óbvio que, em ambas as pesquisas, o eleitor desconhece o impedimento da reeleição.



Outros 4% disseram votar no candidato de Lula e 1%, no candidato do PT. A esta altura da corrida, Lula não deveria ser protagonista. Mas é, em parte. O presidente tem 78% de aprovação. É o presidente mais popular da história. E com intenção de subir no palanque e colocar à máquina à disposição de sua escolhida.

A tendência é que o grupo eleitoral que votaria em Lula debande para o lado de Dilma. São eleitores que mal acompanham o processo eleitoral e votam por certo grau de afinidade, não por programas de governo. São eleitores demasiado satisfeitos com a gestão atual. Pensam a partir do próprio padrão de vida e de seus familiares. A tendência, portanto, é que votem naquele que o chefe indicar.

Na conjuntura atual, este tipo de eleitor tem papel fundamental. As pesquisas indicam empate técnico, ora Dilma na frente, ora Serra na dianteira. As mudanças de liderança acontecem de curto prazo, sob efeito de circunstâncias recentes, fatos ou factóides. Por isso, a oscilação é natural. E confirma a tese do segundo turno com os dois.

È claro que não há uma transferência direta dos votos. A campanha mal começou, além do fato de que simpatizar com o presidente não significa simpatizar com a candidata indicada por ele. Não há “recorta e cola” em eleições. O eleitor se apóia em múltiplas variáveis subjetivas antes de fechar com alguém. E Dilma não tem, nem de longe, o carisma e a popularidade do chefe.



O fato é que Lula assusta os adversários de Dilma. José Serra não fala dele há tempos. Critica o governo, mas não o personaliza. Do mês passado para cá, Marina Silva parou com as críticas. Mudou o discurso. Quando visitou Santos, elogiou o governo do qual fez parte por mais de cinco anos. Os demais seis candidatos, nanicos, sofrem com a indiferença da mídia e a existência ignorada por quase todos.

Lula está descolado do PT e seus escândalos desde o primeiro mandato. Lula é visto como o pai de muitas crianças, inclusive as adotadas e as renegadas, mas bonitinhas. O presidente agrada à maioria do eleitorado pobre e de classe média. Sua posição faz enorme diferença nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. No Sudeste, a figura do presidente ajuda Dilma a equilibrar as coisas. Apenas na região Sul é onde ele não colabora nas pesquisas. Até atrapalha!

É claro que ainda estamos no início da fase do sapato gasto nas ruas, dos abraços e beijos em desconhecidos, das refeições de caráter duvidoso, que provocam o sorriso amarelo do candidato. Este momento, por enquanto, reforça a polarização entre Dilma Rouseff (PT) e José Serra (PSDB).



Ainda falta o horário eleitoral gratuito entrar no ar. Há enorme risco de reforço no Fla-Flu. Marina Silva terá somente 1 minuto e 20 segundos por dia. Os outros dois, mais de dez minutos.

Até agora, Lula só saiu de casa para pegar voos internacionais. Esperem a Copa do Mundo terminar para o presidente voltar babando da África!

Comentários

Unknown disse…
Babando literalmente ao que parece!!!
Será funcionário publico em horário de expediente e cabo eleitoral no tempo restantes!!!
Que ótimo.
CAbo eleitoral sem segurança? Aerolula nãos erá utilizado? Não serão servidos jantares palacianos no Alvorada?
Fala sério!!!
Quem ainda acredita nesses rompantes de honestidade de quem nada sabe e apoia a cambada de aloprados e ditadores do mundo, que apesar de tudo resistem, com apoio imbecil e inconsequente de despreparados como é o Sr. predisente!!!