Dom Quixote "verde"



Dom Quixote sempre foi um andarilho deslocado. Ou melhor, um cavaleiro alegórico que representava o fim de uma época. Em muitas aldeias, era visto como insano. Transportado no tempo e no espaço, o personagem encontrou abrigo em outra aldeia, maior algumas centenas de vezes, com cavaleiros sobre duas ou quatro rodas. A batalha dele mudou. A única batalha a enfrentar, hoje, é pela preservação ambiental.

Ao lado de Sancho Pança e do cavalo rocinante, Dom Quixote percorreu a distância de 3500 quilômetros, em cinco anos, por três Estados brasileiros. A mensagem estava no corpo, formado por materiais recicláveis. Este cavaleiro, que sossegou as rédeas em São Paulo, é criação do cenógrafo Silvio Galvão por causa dos 500 anos do romance de Miguel de Cervantes.

As três esculturas, expostas no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, são ecologicamente corretas. O material é fruto de parceria com uma cooperativa de reciclagem de lixo.

Dom Quixote foi feito com duas mil latinhas, mais dois mil lacres das latas, 30 quilos de papel e sobras de isopor. Sancho Pança tem dois metros e meio de altura e é composto de quatro mil tampinhas de garrafas de cerveja, dez quilos de retalhos de pano, 120 câmaras de bicicleta, 30 quilos de papel e sobras de isopor.

O cavalo rocinante mede três metros de altura por três metros e 30 centímetros de comprimento. O bicho foi feito com 200 quilos de barras e sucatas de ferro, além de 150 quilos de plástico duro e sucatas e três mil lacres de plástico (chapéus, vassouras, brinquedos, entre outras mercadorias).

Para conhecer o Dom Quixote “verde”, basta entrar no Conjunto Nacional. Grátis.

Crédito da foto: Cristiane Amarante

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