O texto tinha que ficar pronto na aula de Jornalismo.
A professora, com toda a paciência do mundo, falou umas três vezes:
— Vai lá e troca por outra palavra!
Ela encerrou sugerindo:
— Você deveria comprar um dicionário de sinônimos e antônimos. Vai te ajudar muito.
Por vários fatores, não comprei o dicionário, mas - ao escrever textos - eu me lembro que quero ter o papel em minhas mãos.
Acredito que nada é por um acaso. Em uma dessas noites que parece que tudo vai dar certo, eu conversava com o coordenador do Projeto Rondon na sala dele e comentei do tal dicionário de sinônimos e antônimos.
Silêncio!
Calmamente e com um leve sorriso nos lábios, o professor levantou-se, abriu o armário pegou algo “pequeno” e escuro. Ele estendeu a mão, aumentou o sorriso e disse:
— Seria esse? Já é com a nova ortografia! É seu agora!
Era ele o tão esperado dicionário de “outras palavras”. Peguei e me emocionei. Muitas vezes, prefiro enviar para o céu o que eu preciso e com certeza alguém me envia de lá.
Atravesso de um prédio ao outro da universidade, com o dicionário nas mãos, medo de perdê-lo. Tenho aula de Jornalismo.
É ela, agora é minha vez de abrir meu melhor sorriso.
— Professora!, falei em voz alta.
Estendi minhas mãos e mostrei o dicionário de “outras palavras”, como gosto de chamar.
Alguns vão dizer, mas é tão rápido e prático olhar na internet. Eu faço isso também. O prazer de virar folha por folha, encontrar a palavra - por exemplo - AMOR e ler: afeição.
Assim, sigo e busco “A OUTRA PALAVRA “.
Obs.: Texto que nasceu do curso: "Crônica - amor pela vida cotidiana", ministrado por Marcus Vinicius Batista.
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